Sim, esse artigo discutirá o país pela ótica do Branding. Afinal países já não são apenas regiões geográficas, hoje são marcas, com atributos, propósito, posicionamento, missão, visão e valores. Isso tudo visando atrair turistas, capital e empresas de todo o globo.
Mas como tem sido administrada a marca Brasil?
Analisando o cenário global e a “empresa” República Federativa do Brasil, temos como oportunidade de visibilidade os grandes eventos como a Copa do Mundo de Futebol FIFA e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Mas da mesma forma que nossa marca está exposta, nossos pontos fracos começam a interferir na imagem dela.
Pontos fracos que já se tornam eminentes na organização desses eventos. Ao longo das obras, o país tem demonstrado imaturidade, péssima gestão organizacional, financeira e de marca. Partimos para o propósito da nossa marca, ponto imprescindível para o sucesso da mesma, mas que não está claro quando falamos da marca Brasil. Seus administradores não pontuam até onde queremos chegar e como faremos para atingir esse objetivo. Pecamos também pela da falta de transparência, atributo negativo, mas que é visto em abundância em nossos “gestores”.
Partimos para análise dos nossos conceitos de comunicação, sempre apoiados na alegria de um povo hospitaleiro e em nossas belezas naturais. Porém, recentemente uma turista norte-americana foi estuprada numa van na cidade do Rio de Janeiro. E como podemos falar de natureza como atributo positivo de marca sendo que devastamos a Mata Atlântica, já desmatamos grande parte da Floresta Amazônica e muitos de nossos rios estão poluídos. Estas contradições acabam negativando nossa credibilidade e o valor de nossa marca.
Outro ponto essencial para a competitividade no mercado é o investimento em pesquisas, novas tecnologias, inovação e na capacitação da sua mão-de-obra. Os talentos brasileiros sofrem pela falta de investimento, falta de centros de qualificação profissional, falta de verba para realização de pesquisas, remuneração baixa e excesso de burocracia. Dessa forma a criatividade nata do povo brasileiro se perde por falhas de uma gestão pública arcaica. Esses problemas organizacionais fazem com que o país perca força competitiva. Hoje, seus concorrentes diretos, China e Índia, têm demonstrado melhor capacidade de gestão e apresentado inovações relevantes para o cenário mercadológico global.
Infelizmente o mercado já pontua os aspectos negativos da imagem de nossa marca, como retratado na matéria do site Time World, da revista Time, Brazil’s No-Blame Game: How Impunity Imperils the Country’s Image (O jogo de “deixa quieto” do Brasil: Como a impunidade põe em risco a imagem do país).
“O mundo irá para o Brasil e, sem dúvida, se deliciará com o clima quente e simpáticos anfitriões. Mas eles não estarão suscetíveis a ficarem impressionados com a infraestrutura ao seu redor. Se os jogos não vão de acordo com o plano, os brasileiros não terão ninguém para culpar além de si próprios. Só não esperem que alguém seja responsabilizado.” Trecho retirado da matéria citada acima.
É nítido o descaso e forma de gestão retrograda dos administradores do Brasil, porém nessa “empresa” somos nós “funcionários” que temos o poder de escolher nossos líderes. Essa marca tem potencial, a brasilidade é um atributo admirável no cenário global, temos capacidade para sermos competitivos. A Embraer e a Havaianas são exemplos positivos da competência do brasileiro, cabe a nós zelarmos pela imagem de nossa marca.
4 respostas
Muito bom o seu artigo, Felipe. Parabéns!
Obrigado Michel.
Um Abraço!
O meu tcc do MBA foi exatamente a respeito da marca-país. Que bom saber de pensamentos que agregam ao conteúdo defendido em meu projeto. Um abraço
Obrigado Maria por participar, fico feliz que tenha gostado do conteúdo.
Um abraço!