Uma das principais preocupações de um empreendedor que está começando no mercado gastronômico é como se diferenciar diante de tanta concorrência. Pode ser pela cozinha/chef, pelo atendimento ou pelo ambiente. O melhor é que a proposta englobe todos estes aspectos.
Mas e a marca?
Antes de se pensar em ter uma marca, é necessário que o serviço ou produto realmente valha a pena ser adquirido. O modo de gestão do negócio está intimamente relacionado aos seus diferenciais sobre a concorrência. Será sua identidade e o mais importante é que os consumidores percebam e reconheçam estas diferenças, formando assim o que podemos denominar imagem de marca.
Podemos citar como exemplo o Frangó, inaugurado em 1987 como uma rotisseria no largo da matriz, na Freguesia do Ó. Logo ficou famoso pelo seu frango grelhado e pratos prontos e, com o passar do tempo, deixou de ser uma rotisseria do bairro e ganhou fama pela sua extensa carta de cervejas e, principalmente pela sua coxinha. Sem contar o ambiente descontraído e o atendimento atencioso típico de bares de bairro. Hoje, é comum indicar o Frangó para qualquer turista que queira experimentar uma coxinha ou para aquele consumidor que queira experimentar cervejas importadas. Isso acontece com o sanduíche de mortadela e o pastel de bacalhau do Mercadão ou o bauru do Ponto Chic. Aqui, citei alguns estabelecimentos tradicionais de São Paulo, mas que construíram suas marcas focando em seus produtos como grande diferencial.
Uma boa marca transmite um determinado conjunto de informações que pode levar os consumidores a experimentá-la, a gostar dela, a repetir o ato de consumo e a recomendá-la positivamente. Ela retém o consumidor para o produto e serviço oferecido, retendo-o enquanto a proposta for cumprida, principalmente no mercado gastronômico, uma vez que a escolha por um bar ou restaurante é puramente emocional.
Diversos estudos já comprovaram que um cliente satisfeito tem o poder de atrair, em média, 6 novos consumidores. Por outro lado, os insatisfeitos afastam pelo menos 14 potenciais consumidores. E com as redes sociais, estes números podem se multiplicar numa velocidade impressionante. Afinal, você indicará aquele restaurante fantástico que você conheceu quando surgiu o assunto numa roda de amigos, mas todos saberão o nome daquele bar que o garçom lhe tratou mal ou daquele restaurante em que a comida não atendeu as suas expectativas.
Então podemos concluir que uma marca é um conjunto de fatores e ações que envolvem a preparação, entrega e manutenção dos atributos materiais e a imagem do seu negócio, onde a percepção positiva ou negativa do consumidor se materializa na marca, que identifica as virtudes ou falhas do negócio. A continuidade e qualidade dessa relação positiva consolida a marca como a melhor referência de identificação e, provavelmente, da repetição do ato consumo e, a partir daí, não são mais os atributos tangíveis dos produtos e serviços oferecidos que darão continuidade ao empreendimento, e sim a marca que promete e garante a entrega do que se espera daquele produto ou serviço.