Trabalhei por longos anos em uma das Melhores Emissoras do Brasil e em Agência de Publicidade e exponho aqui minha impressão da realidade que assola este meio de Comunicação.
No auge dos altos índices de audiência, tínhamos Diretores de Criação, dentro das emissoras, que sabiam que o “Conteúdo” bem atrelado e desenvolvido, por meio dos 5 sentidos, era e sempre vai ser o grande despertar.
Mas vamos fazer aqui um exercício para entender o que realmente quer dizer “Conteúdo”?
Conteúdo é muito mais do que a divulgação de uma história interessante: é uma equipe com história e experiências de vida, com diversidade sociocultural, que visa a verdade acima de tudo! É o altruísta, o sossegado, o workaholic, o engraçado, o reclamão, o criativo, o zangado, o que diz que tudo vai dar certo, o emotivo, o que já sofreu ou sofre preconceito, o que diz que tudo vai dar errado, o técnico, o frio, o especialista e outros mais. Todo mundo, junto e misturado, discutindo os vários ângulos de visão de um determinado tema, construindo cada história com propósito, começo, meio e fim. Histórias de sucesso, de superação, de emoção, de amor, homenagens, registros, etc.
É um padrão técnico de qualidade impecável, próximo de uma realidade ideal. É a pesquisa, a identidade, o conceito, o público alvo, a defesa, a educação, os princípios, a conversão dos índices de audiência, o entretenimento atrelado ao produto, a exaltação da cultura, o descobrimento de novos talentos, e por aí vai…
E tudo isso, quem bancava?
A PUBLICIDADE.
Mas com a chegada da Internet aconteceram várias mudanças boas e algumas ruins, que ao meu ver as emissoras ainda não conseguiram se diferenciar e se adaptar:
- 100% de Interatividade;
- O formato passou a ser as pílulas de minutos jogados na grade de programação;
- A linguagem agora é feita por pessoas reais, que muitas vezes vivem na prática o que defendem;
- Celulares passaram a ser os maiores veículos para comunicação;
- A maioria dos chamados “Conteúdos” tem altas visualizações sem propósito e sem conversão;
- Existe a falta de veracidade;
- E inúmeros outros pontos a serem destacados….
Aí por meio da Classe Política Corrupta veio a Crise Econômica do País e isso fez com que os Anunciantes cobrassem da Publicidade um caminho alternativo, visando a sobrevivência.
O que as TV´s fizeram com isso?
Sem caixa e nem defesa diante da surpresa, perderam a mão, entraram em desespero e descartaram os grandes Diretores de Criação e Produção, aí contrataram uma Moçada Super Bacana, conectada, que tem muita vontade, que entende muito de tecnologia, que cobra bem barato, mas que não tem direcionamento, nem experiências e nem história de vida para saber fazer o verdadeiro “Conteúdo”, aquele que atrela o entretenimento e a informação à Marca e ao Produto, convertendo em resultados efetivos, lembram?
No que deu isso?
Em nada, é claro, foi um tiro no pé.
Internet é apenas um veículo!
Eh, acho que já deu pra aprender um pouquinho mais com tudo isso, agora chega né?
Tá na hora de rever Conceitos e Retomar.
Vanessa Mandotti: Diretora de Criação de TV e Diretora de Atendimento Publicitário com reconhecimentos e prêmios na área de comunicação. Ministra palestras sobre “Marketing Sensorial, “O que realmente importa na vida?” e “Economia Criativa na Indústria da Comunicação”. É consultora de marketing e publicidade: identifica, pesquisa, diferencia, planeja, desenvolve e lança estrategicamente marcas, produtos e serviços no mercado por meio do Marketing Sensorial on e offline.
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