A terra gira em torno do sol e em torno de si mesma, translação e rotação, mas será que não ficamos tontos?
No atual momento, somos sobrecarregados de estímulos vindo das mídias tradicionais e digitais, são campanhas, filmes, notícias, produtos, serviços, aplicativos… Uma tempestade de marcas, o que permite a interação constante e imediata com o que acontece por toda parte, em tempo real e em qualquer lugar. Ficou tonto?
Mais do que uma tempestade de marcas, um temporal de escolhas. Estamos expostos a um painel gigantesco de opções que nos obriga a buscar mais informações, mais opiniões, interagir mais nas redes sociais com as pessoas e com as empresas. E ainda não se pode esquecer do trabalho, da família, dos amigos e claro, de você.
Preciso de tempo, quero tudo na mão, comodidade, antecipe-se, surpreenda-me, quero experimentar, me escute… Ué, mas as empresas e marcas não devem só entregar o produto e que ele atenda as necessidades do cliente? Já passou o tempo que o cliente só queria a entrega do produto a um preço justo e que atendesse a sua necessidade… Agora o cliente é ativo e gerador de conteúdo, faz e acontece e as marcas têm que acompanhar toda essa movimentação.
Viver e sobreviver como marca dentro do atual mercado é um grande desafio para as empresas. As marcas devem estar presentes onde seu público está. No entanto, para estar onde e quando o consumidor quer, as organizações devem combinar as plataformas e estratégias tradicionais (ou conhecidas como off-line) com as digitais (as famosas on-line).
Pensando no digital, o mercado disponibiliza diversas tecnologias que combinadas podem trazer o resultado esperado a empresa, mas CUIDADO… As plataformas e estratégias digitais estão a disposição para otimizar e alavancar a marca e o negócio da empresa, no entanto não se deve simplesmente utilizar todas as plataformas disponíveis para criar presença no ambiente digital. É necessário, como Martha Gabriel já mencionou em seus trabalhos, que qualquer estratégia desenvolvida no ambiente digital ou no tradicional esteja ligada ao objetivo de marketing da empresa. É importante atender este objetivo, caso contrário serão ações isoladas e sem significado, que não contribuíram em nada à marca.
Desta forma, entender que em um ambiente de mercado, cheio de informações e estímulos, marcas e empresas atuando com diversas plataformas, se não houver um objetivo claro e ações alinhadas, é dinheiro jogado fora e confiança não conquistada.
Imaginemos uma marca que não possui presença na internet (apesar de difícil, isso é muito possível, pois não faz ou não fazia parte do negócio dela), queira buscar esta presença para reforço da marca e reconhecimento de seus principais públicos. Ela faz campanhas muito bacanas através das mídias tradicionais como TV, revistas e jornais. Agora pensando no digital, ela deve simplesmente transferir tais campanhas direto no seu site, igualmente nas redes sociais e ainda disponibilizar o conteúdo em plataformas mobile? CUIDADO! É fundamental manter a mesma mensagem, mas a maneira como ela será transmitida é diferente.
Outro fator essencial que se deve observar está ligado às características de cada plataforma, por isso há a necessidade de conhecer todas as possibilidades, tendo em vista a clareza do objetivo de marketing e assim definir o conteúdo e a linguagem específica de cada uma.
O Facebook é específico para relacionamento, portanto é necessário que a empresa e a marca queira se relacionar com o público (como isso fosse inevitável) e tenha uma equipe e conteúdo preparado para isso. O site deve ter conteúdos específicos e detalhados da empresa e do negócio. Se vou disponibilizar conteúdo mobile, que ele seja específico para esta plataforma, ao usar ferramentas de busca, devo criar mecanismos para ser achado, dentro do meu site e redes sociais e, reforçando, alinhados ao objetivo de marketing. O ideal é que as campanhas sejam multiplataformas, atendam e sirvam para todas elas.
Sem o alinhamento de todas as plataformas e conteúdos, a confusão está armada! Confusão na comunicação e nas informações internas, afinal cada um faz de um jeito. Confusão na mente do público que receberá tanta coisa e terá a sua atenção voltada possivelmente à marca que se destaca, e provavelmente (não é regra) será àquela marca que melhor elaborar seu plano de marketing e conseguir fazer com que as plataformas digitais e tradicionais sejam grandes armas a favor da marca e do negócio. Afinal a tecnologia está à disposição de todos, o importante é saber usá-la adequadamente.
E voltando para o inicio de nosso papo, estamos girando. A terra gira em torno do sol e em torno de si mesma, translação e rotação, mas será que não ficamos tontos? Diante das grandes e rápidas transformações que o mundo enfrenta, a dinâmica das mudanças, a quantidade de informações e marcas no mercado… ouso dizer que SIM… ficamos tontos.
Referências
GABRIEL, Martha. Marketing na Era Digital. São Paulo: Novatec Editora, 2010.
O Globo. http://oglobo.globo.com/tecnologia/a-publicidade-que-se-reinventa-pela-internet-11550204
Revista Exame: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/ricardo-eletro-integra-publicidade-online-e-offline