Hoje em dia é muito comum lermos sobre diversas startups com ideias inovadoras oferecendo soluções para um leque ainda mais diversos de necessidades. Veja o Uber, por exemplo, que ofereceu algo completamente inovador para o serviço de mobilidade urbana. Mas, mesmo se você entrar em um mercado sem quaisquer concorrentes, é apenas uma questão de tempo antes que surja outra marca para ameaçar a sua posição.
Por isso que, empresas que apostam seu diferencial apenas nos seus modelos de negócios ou nos produtos/serviços propriamente ditos, estão fadados a ter uma existência curta. Em vez disso, você tem que se posicionar como uma força única no mercado através de novas tecnologias ou de novas práticas inovadoras para começar a construir um negócio distinto.
Aí que entra o branding.
Mesmo assim, esse nível de distinção não é suficiente. Você tem que criar uma (nova) imagem dinâmica, completamente independente dos seus concorrentes. Esta imagem se manifesta, principalmente na promessa e nas características da sua marca. Ou seja, através de uma estratégia de branding. Se executada corretamente, sua marca vai ganhar uma vantagem competitiva considerável para se destacar no mercado.
Pensando nisso, encontrei 2 exemplos bem interessantes de empresas que usaram o poder do branding para se posicionarem e assumirem um destaque único em seus respectivos mercados:
Zappos
Em 1998, Tony Hsieh teve a ideia de criar uma loja virtual de calçados. Naquela época, este conceito era muito estranho e todos que investiram no negócio estavam tomando um grande risco.
Ao invés de focar apenas na conveniência das compras online ou na qualidade dos calçados oferecidos, como a maioria dos varejistas fazem, a Zappos construiu uma marca em torno do serviço ao cliente e a experiência. O objetivo da Zappos é criar um contato pessoal e emocional com o cliente.
Para isso, a marca rompeu com todos os modelos de gestão de negócios (não há hierarquia na empresa, por exemplo), trabalha fortemente no desenvolvimento destes objetivos também com o público interno e, mesmo sendo vendida para a Amazon em 2013, manteve todos estes princípios e tornou-se um case study e modelo para diversos setores da economia.
O modelo da Zappos, de focar em uma experiência única para os clientes, pode parecer uma perda de tempo ao curto prazo, mas é um investimento em um defensor da marca, gerando assim um cliente fixo e recorrente.
Como diz Scott Bedbury em sua definição de branding:
“Uma essência fundamental, que não é física nem definida exclusiva ou inteiramente por produtos ou serviços. O conceito de marca provoca uma resposta em seu público, sem que este veja o produto ou experimente os serviços diretamente”.
Lyft
O Uber continua sendo o concorrente a se bater no mercado de mobilidade urbana em as cidades em que atua. Entretanto, na Califórnia surgiu uma empresa que está se tornando um grande concorrente para o Uber: a Lyft. Sediada em São Francisco, tem atraído milhões de dólares de financiamento, já conta com milhares de motoristas cadastrados e o principal, goza de uma base de usuários fiéis.
Mais o que a Lyft tem de especial? Afinal ela não tem preços mais baratos do que o Uber, não usa uma tecnologia inovadora e tão pouco oferece um serviço diferente. Então, como a Lyft consegue ganhar cada vez mais mercado?
Branding.
Enquanto a promessa do Uber é centrada em oferecer um transporte de qualidade por um preço acessível, a Lyft optou por uma abordagem mais pessoal, concentrando na construção de uma comunidade de usuários e no estabelecimento de uma relação de confiança. Sua linguagem é mais casual, com cores vibrantes e aposta em diversos eventos para conectar passageiros e motoristas que já estão familiarizados com este sistema de mobilidade. Ao fazer o Uber parecer frio e corporativo em comparação à Lyft, a empresa tem feito um trabalho de construir uma imagem mais próxima dos seus usuários, o que a tem transformado em uma forte concorrente ao Uber.
Por fim, se você está com problemas de se diferenciar no mercado em que atua, pense em utilizar o Branding como estratégia para ter uma vantagem competitiva e redefina sua marca. Torne-se um “disruptor” e apresente uma imagem e uma personalidade que ninguém mais em seu mercado poderia mostrar. Pois com um posicionamento bem definido você terá a oportunidade de atrair não só mais clientes, e sim verdadeiros defensores da sua marca.
Combinando isso com uma oferta de qualidade e uma proposta de valor única, nada irá impedi-lo de tomar conta do seu mercado.