Como começar a carreira de designer
Escolher uma carreira é difícil, mas definir onde começá-la também é uma dúvida frequente. O InfoBranding esteve na Faculdade Belas Artes nos dias 9 e 10 de março para conversar com os alunos do primeiro semestre do curso de Design. Amanda Higa e Lets Ikeda passaram um pouco da experiência de carreira e mostraram os processos de design que utilizam.
As áreas de maior interesse dos alunos foram: design gráfico, editoração, design de games, audiovisual e web; e onde a maioria dos alunos pensa em trabalhar depois da graduação? Em agências! Ser freela aparece logo em seguida e poucos pretendem trabalhar em empresas e corporações.
Um fator importante para definir qual o caminho a ser seguido é mapear os pontos de afinidade dentro da área: com o que você gostaria de trabalhar? Esse ponto você também pode descobrir ao longo da graduação ou mesmo durante o estágio.
Amanda, por exemplo, trabalha com foco em Design Corporativo e Branding, envolvendo Marketing Direto, Gerenciamento de Projetos e também Pesquisa acerca do Design e de Gestão de Marcas. Ela relatou rapidamente sua carreira que se iniciou como estagiária em uma agência 360º onde descobriu que tinha interesse em produtos e serviços ligados ao bem-estar e qualidade de vida.
Atualmente trabalha na área corporativa em uma empresa da área farmacêutica. Para ela, as principais vantagens de estar numa empresa é a carga horária que permite conciliar outros projetos e pesquisas, o acesso a outras áreas que vão além da criação, permitindo ampliar o olhar do designer com um sistema organizacional consolidado, e, particularmente, a autonomia de uma gestão que busca constante inovação.
Assim como a Amanda, Lets Ikeda trabalha com Comunicação & Branding também em uma empresa. Ela reforçou que devemos abrir os horizontes e enxergar uma carreira além das agências. As corporações não podem ser mais vistas como ambientes formais onde inovação e ideias não circulam. A concorrência do mercado é feroz e as empresas estão descobrindo novas formas de se trabalhar: com pessoas de perfil e idades diferentes, flexibilidade de horários, benefícios diferenciados (como home office), reforçando o endobranding que reflete na marca que o mercado vê.
Como iniciar o processo de design?
Cada agência, cada empresa, cada designer usa uma metodologia de design e tem seu próprio processo de criação. O importante é pesquisar, selecionar e testar os métodos que combinam com o seu sistema de trabalho e que vai garantir uma melhor entrega ao cliente.
Amanda explicou seu processo de trabalho: as áreas envolvidas (clientes internos), a importância do fluxo de informações, o controle de qualidade, o mapeamento do projeto e as etapas de criação (problematização, desenvolvimento e realização).
Também ressaltou pontos que considera essenciais para o processo de design dentro da empresa – o tempo, o budget (orçamento disponível) e as pessoas, analisando os projetos por meio da abordagem do design thinking (viabilidade, praticabilidade e desejabilidade).
Lets mostrou simplificadamente o processo de criação que ela utiliza. É importante a definição de um cronograma (o tempo ideal para cada etapa) para que o designer e o cliente possam se programar:
1) O cliente passa o Briefing para o Designer ou Atendente.
É importante ele passar um formulário preenchido antes da reunião de briefing, assim o designer pode levantar possíveis dúvidas para esclarecer na reunião. No briefing ele explica o que quer com a ação, qual o serviço/produto, qual o público, especificações de guide e etc. Se houver mais dúvidas depois da reunião de briefing e durante o processo de criação, é interessante fazer uma reunião de debriefing.
2) O processo de criação se inicia com um brainstorm.
Você pode fazer sozinho ou com mais pessoas. Tente pensar em palavras e imagens que vêm à mente quando se pensa na ação a ser criada. Não existe certo ou errado.
3) Selecione as melhores ideias do brainstorm e comece a pesquisa.
Você pode usar o seu conhecimento, livros, pessoas, internet, lugares.
4) Depois vem a hora de reunir todas as informações e colocar as ideias na prancheta.
Três, cinco, dez ou mais conceitos podem ser criados, mas você precisa selecionar 3 ou 4 para apresentar. É importante ter variedade entre as opções de escolha.
5) A apresentação pode ser por e-mail ou com uma apresentação formal.
Caso seja feita via e-mail, é interessante enviar um texto de defesa para cada conceito. No caso da apresentação pessoal, a defesa será feita por você.
6) Se tudo for reprovado, não desanime!
Você deverá anotar os pontos rejeitados e voltar para criação e seguir o fluxo novamente.
7) Aprovou?!
Se algum dos conceitos for aprovado, você faz os ajustes e finaliza.
8) Depois de finalizar é hora de entregar o trabalho.
Atenção para os formatos!
Na hora dos ajustes e finalização, não se esqueça de:
– Fazer um checklist das peças a serem criadas.
– Manter a visão geral da campanha, as peças devem se conversar.
– Focar. Cada peça tem sua particularidade e você deve prestar atenção nos detalhes.
– Na comunicação. Pense na mensagem e para quem você está falando.
– Usar todas as ferramentas possíveis para realizar um bom trabalho.
– Manter o equilíbrio não só nos elementos de sua arte, mas o equilíbrio pessoal.
– Controlar o seu tempo. Respeite os prazos de entrega, deadline. Se não for conseguir entregar, negocie outro prazo com antecedência.
Quer saber mais?
As apresentações das palestras estão no nosso slideshare, acesse:
http://pt.slideshare.net/InfoBranding