Será que eu tenho uma marca pessoal memorável?

Você está em um coquetel e conversa com um antigo colega de trabalho, que agora abriu uma empresa e com muita empolgação conta sobre sua nova rotina, seus novos desafios. De repente, um grande amigo chega à roda para cumprimentá-lo.  Naturalmente você quer apresentá-lo ao seu colega, mas as únicas palavras que vem à sua mente sobre ele são ligadas à época em que saíam na faculdade e assim você o referencia. Do outro lado, apesar de estar conversando há 15 minutos com o seu ex-colega de trabalho, você mal consegue falar sobre o que a sua nova empresa faz e sendo assim o cita como um querido ex-colega mesmo.

Deixando de lado de que você pudesse estar desatento ou tenha uma memória ruim (más notícias caso você queira construir e manter boas relações profissionais), o problema pode não estar em você.

Um amigo pede a você que indique alguém que domine o assunto “Comunicação Corporativa” para uma grande oportunidade. Qual é a primeira pessoa que vem à sua mente? Será que é necessariamente aquele colega que um diate pediu ajuda para indicar alguma oportunidade na área? Ou será que é quem diariamente aparece em seu feed postando notícias sobre o tema, te envia e-mails com novidades e quando o encontra fala sobre o assunto com paixão e confiança?

É claro que não há como controlarmos o que os outros fazem, pensam ou falam sobre nós. Afinal, você não tem controle da sua rede, assim como as marcas do mundo corporativo não tem controle sobre o que a sua base de clientes fala na rede.

Poderíamos então colocar a culpa em nossa falta de sorte em ser referenciado para aquele trabalho ou em conseguir transformar um novo contato em uma oportunidade. Afinal, o que posso fazer?Não dá para obrigar os meus contatos a se lembrarem ou a gostarem de mim.

Tem razão, não dá para obrigar. Mas o poder que você tem em mãos faz bastante diferença: Trabalhar a gestão da sua marca pessoal.

Sua marca pessoal é a sua reputação. Ela é composta de tudo sobre você: sua experiência, personalidade, ética de trabalho, a maneira de vestir, sua maneira de se comunicar. Basicamente, é tudo o que você coloca para fora no mundo. No entanto, isso é apenas metade da equação. A outra metade é a percepção que os outros têm de você.

Você não quer ser apenas mais um na multidão e passar despercebido. Quer ser reconhecido pelo seu trabalho, pelos seus pontos fortes e pela sua personalidade. O ponto aqui é cada um de nós somos únicos, mas muitas vezes por medo ou pressão externa, agimos como a maioria e não potencializamos o que temos de singular.

Os dois casos acima são exemplos que acontecem em nosso dia a dia. Você a todo o momento é definido por alguém em algum lugar. Por que não começar a influenciar o que os outros têm a dizer sobre você? Por que não começar a ouvir o que você quer ouvir quando for apresentado a alguém? Por que não começar a receber mensagens pedindo conselhos ou recebendo indicações sobre o que você faz de melhor?

Se você quer ter uma marca forte e memorável:

Posicione-se: Tenha conhecimento do que acontece no seu mercado. Exponha argumentos e opiniões sólidas sobre os temas. Assim você começa a ser visto como alguém que entende do assunto.

Comunique-se e seja claro: Repita a mesma mensagem. De várias formas e em vários momentos. Temos a tendência em achar que estamos em evidência para todos os nossos contatos e, por isso, eles sabem exatamente o que fazemos e qual valor oferecemos. Sendo assim, poupamos os nossos esforços. Lembre-se: vivemos em um mundo com excesso de informações e muito barulho. Você precisa sim enviar sinais e mensagens claros ao seu público e de forma constante.

Não tenha medo de ser diferente: esqueça o seu trauma de adolescente, época em que odiava ser visto como o diferente da turma, por causa de seus óculos, do seu nariz avantajado ou por gostar de ler livros de poesia em latim. E fique feliz. Essas características ajudam e muito a você não passar despercebido. Por isso, enfatize-as.

Seja autêntico: Ninguém suporta marcas que são forçadas e querem apenas agradar a todo custo. Seja verdadeiro e assuma quem você é. Seja autêntico em sua comunicação, em suas interações e relacionamentos e condizente com a sua essência e seus valores. Investir em sua marca pessoal não é você agir como um robô com falas decoradas. Não é você falar apenas sobre você. Não é você vestir uma máscara e atuar como um personagem. É você ser e agir conforme quem você realmente é.

Juliana SaldanhaJuliana Saldanha
Estrategista em Personal Branding e sócia-fundadora da aceleradora de startups Techmall. Experiência no desenvolvimento de novos negócios no meio digital, de empreendedorismo e inovação. Tenho como missão ajudar novos projetos e pessoas a alcançar resultados, tornando-os mais atraentes e críveis. Isso por meio da comunicação, inovação, gestão de marca e relacionamento com stakeholders. www.julianasaldanha.com.br

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