Neurodesign e Neurobranding

A percepção das cores, formas e as reações na fisiologia humana tem início nas experiências, sejam da nossa vida, sejam da memória armazenada durante a evolução dos nossos órgãos, principalmente o cérebro.

De acordo com as descobertas nas áreas ligadas a neurociência, hoje conhecemos locais onde diferentes tipos de informações são processadas. O Lóbulo Occipital, por exemplo, é responsável pelas informações visuais, que por si geram uma varredura em busca de associações aos estímulos recebidos e outros similares que foram recebidos em diferentes momentos da vida do consumidor, levadas a situações que geraram emoções.

Isso tudo está na nossa rede neural. E nessa rede estão armazenados os dados de todas as nossas experiências já vivenciadas.

Após essa varredura inicial, as informações relevantes (aquelas que podem ser associadas à situação observada naquele momento) são selecionadas pelo Hipotálamo, assim como aquelas de maior importância relativa (habilidades de luta ou fuga em uma reação extrema por exemplo).

As informações selecionadas pelo Hipotálamo, fazem com que uma tempestade de aminoácidos seja descarregada na corrente sanguínea. Essas cadeias de aminoácidos são chamadas de “Peptídeos Neurais” e são os responsáveis por dar início a interações químicas entre as células, que resultam em uma resposta sensorial de acordo com a configuração química do peptídeo (existem diversas combinações possíveis que preparam o nosso corpo, por exemplo, para fugir correndo de uma situação, assim como outras combinações te preparam para a satisfação de reencontrar um antigo amigo).

Chamamos essa interação química entre os Peptídeos Neurais e as células do corpo de sentimentos (nossos sentimentos são resultados do efeito destes aminoácidos na corrente sanguínea e a outros fatores como os psicológicos, e dentro dos fatores psicológicos, a racionalização do controle por exemplo).

Portanto, os sentimentos e emoções passam pelo filtro da consciência (estado objetivo, estado de reflexão ou consciência objetiva) e a consciência se dá por meio da fisiologia do cérebro, é o jeito como a memória funciona, como a mente funciona. Nós mudamos o jeito como percebemos as coisas, o que pensamos e o que sentimos sobre elas…é como percebemos o mundo a nossa volta.

Por exemplo: Quando andamos pelas ruas ou por um shopping, recebemos muitas informações, porém, só estamos focados em algumas delas. Outras passam despercebidas a priori, mas o cérebro as armazena em sua rede neural e as utiliza para associações e resposta (Freud, um dos principais teóricos da motivação defendia que nossa motivação às escolhas são 90% subjetivas).

Estas associações podem priorizar marcas quanto a design, limpeza do local, repetição de visualização da peça em curtos espaços de tempo, situações específicas e, é claro, desde que esteja de acordo com o desejo e necessidade desse público (Maslow declara em sua pirâmide, momentos de estados motivacionais do ciclo de vida de uma pessoa, que são mais propícios à determinadas escolhas), sendo capaz de criar experiências que sejam atrativas ou não ao seu padrão e desejo de consumo (satisfatores e insatisfatores de Herzberg).

O cérebro humano processa informações a cada segundo e existem mais coisas no mundo de que nossos sentidos são capazes de processar, ou que sequer temos conhecimento. Isso ocorre todo o tempo, pois a toda hora estamos mergulhados nas experiências e respostas do nosso cérebro, como se estivéssemos imersos sensorialmente na nossa própria realidade através do processamento dos estímulos e associações ligadas à nossa experiência.

A comunicação entre a marca e o consumidor é intermediada por estas sensorializações. Se o branding se relaciona com o consumidor através da personalidade da marca, o design é responsável pelos pontos sensoriais desse relacionamento.

Um Design estratégico poderá gerar sensorializações dirigidas… estas que hoje podemos mensurar e verificar se realmente vão ao encontro dos nossos objetivos.

Por exemplo, elas são boas, prazerosas, satisfatórias, etc… quando existe a presença de D.E.O.S (Dopaminas, Endorfinas, Ocitocinas e Serotoninas) na corrente sanguínea do consumidor no momento da experiência ligada ao produto e serviço.

A mensuração em tempo real por Ressonância Magnética e técnicas como análises de saliva, sangue, calorimetria, etc. contribuem para resultados mais ou menos específicos a respeito da presença e quantidade dos aminoácidos ligados à reação pretendida.


Alexandre Magno da Rocha Vianna: experiente em gerência de projetos de marketing, publicidade e design. Desenvolvedor, da metodologia Neurodesign, além de diversos cases de sucesso, uma indicação ao Prêmio Nacional de Inovação pelo SEBRAE-RJ e a oportunidade de ser fornecedor das Olimpíadas do RJ. De 2007 a 2016 entregou mais de 700 projetos aos seus clientes nacionais e internacionais. A cada ano a metodologia ganha ferramentas e multidisciplinas (2016 engenharia de produção e Lógica Fuzzy – 2018 utilização de ressonância para mapeamento cerebral do público-alvo ou indivíduos que são analisados em tempo real, quanto aos sentidos que são estimulados e suas respostas).

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