Com a facilidade em que todos nós temos de expressar e dividir opiniões, principalmente pelas redes sociais, as marcas estão cada vez mais perdendo o controle sobre seus discursos. Basta uma rápida busca na internet que encontramos vídeos, textos e fotos que mostram o fascínio ou o pior, críticas e reclamações. Não podemos esquecer os “memes” com as marcas. Um dos últimos que se espalhou foi os da Friboi.
Penso que este comportamento faz com que as marcas fiquem cada vez menos proprietárias de seus discursos. Algumas até se aproveitam dessas expressões espontâneas de opinião para capitalizarem, como o Spoletto e o Porta dos Fundos ou a Ruffles, que reverteu às críticas sobre a quantidade de ar nas embalagens de uma forma criativa e inovadora, explicando o porquê de tanto ar. Entretanto, as marcas ficam cada vez mais sensíveis ao que dizem e publicam.
Mas nos últimos tempos as marcas estão percebendo que precisam estar inseridas nas discussões geradas e propostas pelos seus públicos alvos. Em minha opinião, uma marca que entendeu como fazer isso muito bem foi a Smirnoff, da Diageo.
A campanha #UMBRINDEAVIDAREAL propôs justamente isso, promover o debate entre os jovens que gostam de mostrar a realidade e assumir sua identidade em qualquer ocasião. E onde os jovens costumam fazem isso? Acompanhados de qual bebida?
E fez isso de uma maneira muito criativa: utilizando frases do próprio publico através de cartazes espalhados pela cidade, o que gerou curiosidade entre as pessoas.
Penso que as marcas precisam buscar assimilar cada vez mais o que seus públicos pensam para conquistar sua simpatia e fidelidade. Isso já é falado há muito tempo pelos profissionais de marketing, mas poucas marcas se permitem fazer isso. Precisam deixar os “achismos” de lado e se aprofundar no que realmente seus consumidores pensam e criar um diálogo verdadeiro com a marca, como amigos tomando uma bebida em uma mesa de bar.