Se a Skol se chamasse Brasil

Você já deve ter visto a notícia de que a cerveja Budweiser, vai trocar o nome nos EUA. A embalagem estampará ‘America’ no lugar da marca. Tudo para lembrar as pessoas que, neste ano de eleições presidenciais, a “America está em suas mãos”.  A ação aproveita o início do verão, período de grande faturamento das cervejarias e visa resgatar o patriotismo e otimismo sobre o qual o país foi construído.

As eleições americanas são sempre marcadas por grandes disputas e polarização entre os partidos democratas e republicanos. Os grandes veículos de mídia e algumas marcas, muitas vezes, deixam claro a sua preferência.

“Este será o verão mais patriótico que essa geração já viu.”
vice-presidente da Budweiser

A estratégia é arriscada e os resultados são imprevisíveis, visto que a Bud é uma marca muito conhecida e vem perdendo mercado nos EUA. É o mesmo que a Skol (marca mais valiosa do Brasil de 2016 – Brandz) mudasse todos os seus rótulos para ‘Brasil’. E por que aqui no nosso País as marcas pouco ousam diante de um cenário político decisivo?

E elas deveriam? Estão mais preocupadas em frear a queda nas vendas com campanhas promocionais como #tamojunto do Giraffas ou Economia Extra.

Muitas até debatem o assunto, mas apenas em mídias sociais, meio onde se pode ousar e experimentar. Mas pouco se vê nas mídias impressas ou televisão.

Política é sempre considerado um assunto delicado (algo que ninguém gosta de falar) e elas preferem ‘fingir que nada está acontecendo’ para que não se comprometam a escolher um lado. Afinal, ninguém quer perder um consumidor petista ou tucano (exemplificando os partidos de maior rivalidade no cenário nacional).

O estranho é que muitas empresas ‘patrocinam’ os partidos através de doações no período eleitoral. Mas esse patrocínio é sempre ‘ocultado’ do consumidor (não é como um time de futebol: a Caixa que patrocina o Corinthians não vê problemas em desagradar o cliente palmeirense), a marca teme ser associada à péssima reputação da política brasileira sempre envolvida em escândalos de corrupção.

Habib's- manifestação 1Olhando para essa perspectiva, muitos (incluindo especialistas em marketing) questionaram a campanha do grupo Habib’s iniciada à alguns meses diante de grande insatisfação da população e da possibilidade de afastamento da presidente Dilma. A rede (Ragazzo e Habib’s) colocou, em grandes veículos e em suas lojas, mensagens convocando a população a ir aos protestos antigoverno. 

RISCO: Todos ficaram se perguntando se a rede não estaria envolvida em algum escândalo ou partido. O resultado é que não saiu nenhuma notícia de que a marca de preços populares, sofreu boicote por parte dos petistas ou da população. Muitos até simpatizaram com a ação. E agora, com a presidente afastada, a campanha ‘Caiu’, faz cada vez mais sentido. O Brasil pede por mudanças e as marcas também precisam mudar.

DESAFIO: 2016 é ano de crise, de Lava Jato, de impeachment, de eleições e muito ainda está por vir. Será que as marcas vão tomar partido?

Esperem até outubro.

 

https://youtu.be/T7xKQhgOyLE

 

 

Referências

 

Budweiser vai se chamar America

As 20 marcas mais valiosas de 2016

#tamojunto do Giraffa’s

Como as marcas aproveitaram as eleições

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