Em 2005, A Vingança dos Sith parecia ter concluído uma das maiores sagas do cinema: Star Wars. Em 2012 a Disney adquiriu os direitos da saga por nada menos que US$ 4 bilhões de dólares. Eis que, em 2015, a Disney retomou a saga com Star Wars: o despertar da força, atingindo só na estreia a cifra de US$ 540.000.000,00 apenas de bilheteria. Para termos uma ideia, Jurassic World, a maior bilheteria até então, faturou nada menos que US$ 208 milhões na sua estreia. Mas, além de ser a maior bilheteria de todos os tempos em uma estreia, segundo a Revista Forbes, Star Wars: o despertar da força também foi o filme mais comercializado.
A marca de uma das franquias de filmes mais populares da história vai muito além dos brinquedos focados nas crianças. Ela cruzou para tendências de marketing estampando cosméticos, utensílios domésticos, roupas, produtos de higiene, frutas, lanches e milhares de produtos. Basta circular em um supermercado ou shopping center para ser cercado pela saga. Mas aí fica a pergunta: a Disney revolucionou com uma estratégia brilhante de marketing ou foi para o lado negro da sua força?
Na verdade, a Disney nunca escondeu sobre suas intenções de monopolizar a marca ‘Star Wars’. George Lucas foi esperto o bastante para manter os direitos de merchandising desde 1977 pois sabia que havia um grande potencial de lucro. O que vemos agora é o expertise e a força que a Disney tem para licenciar suas marcas e é assustador pensar que estamos vivenciando apenas o começo desta dominação do mercado de entretenimento. Embora a Disney poderia estar buscando “domínio total”, a saturação da marca não diminui a franquia de filmes de qualquer forma.
Um dos recursos mais fascinantes da marca Star Wars é que ela é grande o suficiente para incorporar qualquer marca e produto.
Star Wars: o despertar da força apresenta mais parcerias e licenciamentos de marca do que qualquer outra franquia de filmes já realizou. Só no Brasil, por exemplo, são mais de 600 produtos de aproximadamente 80 marcas. Penso que não há uma marca que tenha o poder de marketing da Disney [por trás dele] e o apelo de Star Wars. A coisa mais fascinante sobre a marca Star Wars é que ela é uma grande “tenda”. Milhares de pessoas podem entrar e participar. Esta “tenda” é grande o suficiente para incorporar uma variedade enorme de marcas. Os produtos que essas marcas promovem servem como “pontos de contato” com a saga.
Acredito que a Disney não cruzou para o lado negro. ‘Star Wars: O despertar da força’ é especial porque é o retorno de uma franquia que todos já pensavam estar concluída. Nunca esperávamos que teríamos novos filmes de Star Wars. De certa forma, não é um filme que precisa de marketing. É um filme que possui fãs casuais e aficionados de todas as idades. No entanto, esta é uma oportunidade que a Disney não terá novamente.
Um outro ponto a ser observado, é que, apesar da marca Star Wars ainda ser muito forte, existe o risco desta nova trilogia não agradar aos fãs. E isso já aconteceu com a própria marca Star Wars com o personagem Jar Jar Binks – um dos mais odiados da saga.
O risco de apostar na franquia Star Wars é que, se o filme for um fracasso, todo o marketing e produtos com a marca sofrerão prejuízos gigantescos. Mas ao que parece, não é o caso.
Esta franquia tem uma audiência enorme de fãs do passado e, com a concorrência feroz para obter cinéfilos para dar o seu tempo e dinheiro, uma marca tem que ser agressiva ou eles serão deixados para trás. Além disso, este é o primeiro projeto da Disney com ‘Star Wars’.
Será que a força despertou no Branding?
Enquanto alguns fãs dizem que algumas marcas têm apelado para o “ridículo” na promoção da famosa franquia de filmes, outros gostam muito de todos estes produtos. Isto fica claro quando se trata de fãs obstinados que não se cansam de tudo o que é, mesmo que remotamente, relacionado a Star Wars. No final, a percepção do consumidor depende de que lado da força de marca que eles querem estar e como grande é sua admiração pela saga.