Sim, o público interno é importante

As organizações buscam constantemente manter e prospectar clientes, para aumentar seu share e resultados. Além disto, investem em ações para se destacar dos concorrentes e ser o primeiro na lembrança do seu público.

Ações de marketing, gerenciamento de marcas, utilização de plataformas digitais são fundamentais para atingir os objetivos anteriormente mencionados, principalmente, nos dias atuais, onde o mercado é dinâmico, ágil, inovador e o público é mais ativo do que nunca.

Creio que resgatei informações que você já sabia, mas podemos usar essas ações no público interno? Podemos aumentar nossos resultados e atingir de maneira mais ampla o mercado por meio do seu colaborador?

Pode parecer romântico, afinal o objetivo de qualquer organização é gerar resultados aos acionistas, simples assim. No entanto é necessário envolver ao máximo os stakeholders neste processo: maximizar o lucro dos acionistas.

Então retoRno a reflexão em torno do colaborador. Como podemos envolvê-lo neste processo? Além de suas ações diretamente na produção de produtos e serviços, podemos usar ações de endomarketing para comunicar a marca, produtos e a organização aos colaboradores. O endomarketing, também é conhecido como Marketing Interno e tem como função, segundo Kotler (2000) contratar, treinar e motivar o funcionário para atender adequadamente o cliente, não se pode fazer marketing se o funcionário não conhecer, não estiver alinhado aos seus objetivos da organização, para que ele possa estar motivado a vender a organização por meio de seus produtos e serviços, produzindo e gerando os resultados esperados.

Há outro conceito que gosto de trabalhar, que também pode ser um diferencial para a empresa que é o conceito e a prática do Endobranding.

O Endobranding consiste na gestão da marca para o público interno e deve ser refletida como questão estratégica na organização, com ação de longo prazo, envolvendo missão, visão e valores, bem como a percepção do colaborador em relação a organização.

Segundo Keller e Machado (2006) o endobranding deve “assegurar que os membros da organização alinhem-se adequadamente com a marca e com o que ela representa”. E continuam afirmando, baseando-se em Maklan e Knox (2000), que se foca muito em estratégias para o consumidor, para o público externo, no entanto e “de igual importância é posicionar a marca internamente, isto é, a maneira como o posicionamento de marca é explicado e comunicado dentro da empresa”.

O colaborador tem papel de contribui na construção da marca e da imagem da organização, pois ele é integrador e disseminador da cultura organizacional entre seus pares e para o mercado.

Neste sentido, enquanto o endomarketing busca trabalhar o marketing de produtos e serviços internamente, alinhando o colaborador em atender adequadamente seus clientes, o endobranding busca inspirar o colaborador na defesa e lealdade à marca e a organização.

Romântico? Sim, se você acredita em um ambiente pouco dinâmico e de poucas oportunidades. Eu vejo como desafiador, pois como alinhar colaboradores que consigam atender seus clientes de maneira satisfatória e ainda inspirar e motivar os mesmos em defesa e admiração da marca e da organização?

Estamos em tempos onde as pessoas e os valores são fundamentais para se manter no mercado, e não enxergar no colaborador uma grande oportunidade em se destacar, pode ser um erro, pois, como diz o ditado: “a grama do vizinho é mais verde”, e será que vale a pena perder um talento por não enxergar a possibilidade de investimento e retorno no longo prazo, sendo ele financeiro ou em reputação da imagem?

Em entrevista com Luiza Helena Trajano, ela reforça a importância das pessoas em todo o processo da organização e como isso contribui para os resultados. E por meio de suas ações, ritos e investimentos em treinamentos, conceitos de endobranding e de endomarketing podem ser vivenciados.

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O fato é que todos estes conceitos fortalecem a importância da cultura organizacional e o que ela pode contribuir para a sustentabilidade e perpetuidade da organização. O alinhamento com o propósito é fundamental para definir objetivos estratégicos e criar comprometimento dos colaboradores.

 

Referências

KELLER, Kevin Lane e MACHADO, Marcos. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

 

KOTLER, Philip. Administração de marketing. Tradução: Bazán Tecnologia e Linguistica; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Person Prentice Hall, 2000.

2 respostas

  1. Bom e relevante artigo. Mas tive a impressão, no 4º parágrafo, que acionistas não foram considerados stakeholders da marca. Particularmente, acredito que eles são sim, assim como o público interno e todos que consomem os produtos/serviços para a empresa e forncedores.

  2. Olá Leo, que bom que gostou do artigo. Concordo contigo! Os acionistas são importantes stakeholders de toda empresa. Busquei ressaltar a importância do demais, principalmente o público interno. Talvez tenha faltado a palavra “demais” antes de stakeholders! Obrigada pela observação! Um abraço!

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